Começou nesta segunda-feira (2) o velório de Edson Arantes do Nascimento, conhecido mundialmente como Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos. O caixão do Rei foi posicionado no centro do gramado da Vila Belmiro, o estádio do Santos Futebol Clube, equipe onde Pelé atuou por 18 anos e fez história no futebol brasileiro e mundial.
O velório está aberto à visitação do público e já começou a receber diversas personalidades e autoridades do mundo do futebol e de fora dele. A viúva de Pelé, Márcia Aoki, e alguns dos filhos do Rei, como o também ex-jogador Edinho, já chegaram ao local para acompanhar as últimas homenagens ao lendário camisa 10 do Santos e da Seleção Brasileira. Dentre os visitantes ilustres que já chegaram à Vila Belmiro estão o presidente da FIFA, Gianni Infantino.
Segundo informações preliminares, o velório se estenderá até as 10h da quarta-feira (3), quando terá início um cortejo que percorrerá as principais ruas de Santos antes do sepultamento de Pelé, no Memorial Necrópole Ecumênica.
A morte do Rei
Pelé faleceu na última quinta-feira (29), aos 82 anos, vítima de um câncer de cólon contra o qual lutou por quase dois anos. O Rei estava internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Em nota emitida na tarde de quinta, o hospital informou o trágico falecimento. “O Hospital Israelita Albert Einstein confirma com pesar o falecimento de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, no dia de hoje, 29 de dezembro de 2022, às 15h27, em decorrência da falência de múltiplos órgãos, resultado da progressão do câncer de cólon associado à sua condição clínica prévia. O Hospital Israelita Albert Einstein se solidariza com a família e todos que sofrem com a perda do nosso querido Rei do Futebol.”, disse o documento.
Pouco tempo depois, o perfil oficial de Pelé no Instagram também confirmou a morte do ídolo. “A inspiração e o amor marcaram a jornada do Rei Pelé, que pacificamente faleceu no dia de hoje. Em sua jornada, Edson encantou todos com sua genialidade no esporte, parou uma guerra, fez obras sociais no mundo inteiro e espalhou o que mais acreditava ser a cura para todos os nossos problemas: o amor. A sua mensagem em vida se transforma em legado para as futuras gerações. Amor, amor e amor, para sempre.”, foi dito.
O Atleta do Século XX havia se submetido a uma cirurgia para tratar o câncer em setembro de 2021 e a partir de então seguiu o tratamento com sessões de quimioterapia. No entanto, no início de 2022 exames apontaram que a doença havia se espalhado para intestino, pulmão e fígado, o que dificultou muito o tratamento.
Além da esposa Márcia, com quem estava casado desde 2016, e do filho Edinho, Pelé deixa mais 5 filhos e a mãe, dona Celeste, que está com 100 anos e ainda mora em Santos.
A lendária carreira de Pelé
O início da carreira de Pelé se deu no dia 7 de setembro de 1956, quando o Rei tinha apenas 15 anos. Naquele dia o jovem Edson, filho de seu Dondinho e dona Celeste, vestiu a camisa do Santos pela primeira vez numa partida contra o Corinthians de Santo André, fazendo um bom jogo e marcando o seu primeiro gol na vitória do time da Vila Belmiro por 7×1.
Pelo Santos o Rei do futebol jogou 18 anos, ganhando diversos títulos e marcando 1.091 gols em 1.116 jogos disputados. O milésimo gol do lendário camisa 10 do “peixe” foi marcado em 19 de novembro de 1969, em um jogo contra o Vasco da Gama no Maracanã, quando Pelé tinha apenas 28 anos de idade e 13 de carreira.
Quando estava perto de se aposentar, Pelé se transferiu para o New York Cosmos, time norte-americano onde jogou entre 1975 e 1977, marcando 65 gols e ganhando um título nacional pelo clube.
Já na Seleção Brasileira, onde fez história vestindo o manto verde e amarelo, o Atleta do Século estreou em 1957, com apenas 16 anos de idade. Na sua estreia na Seleção Brasileira, Pelé marcou um gol num jogo contra a Argentina que foi válido pela Copa Rocca. No ano seguinte, na Copa do Mundo da Suécia, Pelé foi o destaque do Brasil na campanha que levaria ao primeiro dos 5 títulos mundiais da Seleção Canarinho.
Pela Seleção, o maior jogador de futebol de todos os tempos fez 113 jogos e marcou 95 gols, segundo a CBF. A FIFA considera apenas 77 gols marcados em 91 partidas, levando em consideração apenas jogos oficiais contra outras seleções. Na época em que Pelé desfilava pelos gramados, era comum que seleções enfrentassem clubes, mas a entidade máxima do futebol não mais contabiliza esses encontros.
Ao todo, a carreira do Rei acumula 1.282 gols em 1.364 partidas disputadas na Seleção Brasileira e nos clubes onde atuou. Além disso, Pelé acumulou 37 títulos oficiais (incluindo os 3 títulos mundiais com a Seleção Brasileira) e inúmeros outros títulos extraoficiais, indicações e homenagens até mesmo fora do mundo do futebol. Ao terminar a carreira, o eterno Edson Arantes do Nascimento ostentava uma média geral de 0,93 gols por jogo.
Personalidades lamentam a morte do Rei do futebol
Como não poderia deixar de ser, a morte de Pelé comoveu muitas personalidades de dentro e de fora do mundo do futebol. Neymar Jr., considerado o maior craque da geração atual de jogadores brasileiros, fez a sua homenagem em uma postagem no Instagram. “Antes de Pelé, “10” era apenas um número.”, iniciou. “O futebol e o Brasil elevaram seu status graças ao Rei! Ele se foi, mas a sua magia permanecerá. Pelé é eterno!”, concluiu.
Lionel Messi, um dos maiores craques da atualidade e campeão mundial com a Argentina na Copa do Catar, foi sucinto nas suas palavras. “Descanse em paz, Pelé”, disse ele. Já Marta, eleita seis vezes como melhor jogadora do mundo, expressou a sua admiração pelo Rei de forma mais abrangente. “Meu Rei, Nosso Rei! Muito Obrigada! Você mostrou, ou melhor, ensinou com arte e maestria, ao mundo, o poder, único, e de escala global, de fomento, mobilização e engajamento do nosso tão amado esporte! Pelo seus pés, fomos e continuaremos sendo abençoados pela sua arte! Te amo Rei! Descanse em paz!”, falou.
Ronaldo Nazário, o Ronaldinho, considerado por muitos como o maior centroavante da história, também reverenciou a lenda do futebol. “Único. Genial. Técnico. Criativo. Perfeito. Inigualável. Aonde Pelé chegou, ficou. Sem nunca ter saído do topo, ele nos deixa hoje. O Rei do futebol – um só. O maior de todos os tempos.”, afirmou.
O craque português Cristiano Ronaldo, ganhador de cinco bolas de ouro da FIFA, também homenageou o Rei. “Um mero “adeus” ao eterno Rei Pelé nunca será suficiente para expressar a dor que abraça neste momento todo o mundo do futebol. Uma inspiração para tantos milhões, uma referência do ontem, de hoje, de sempre.” disse ele.
Dentre tantos jornalistas que lamentaram a morte do maior futebolista de todos os tempos, o apresentador Tiago Leifert expressou a importância de Pelé para o jornalismo esportivo brasileiro. “Somos o país do futebol porque graças a Deus você nasceu aqui. Todos nós jornalistas esportivos devemos nossa carreira ao dia que você resolveu jogar bola e a partir dali inspirou gerações e gerações de fãs e jogadores. Obrigado ao menino que desde os 17 anos só nos deu alegrias e hoje, pela primeira vez, nos faz chorar. De orgulho. Obrigado, Majestade. O Rei está morto, vida longa ao Rei”, disse Leifert.
Fausto Silva, o Faustão, também fez questão de homenagear o Rei em seu programa, na Band, falando sobre a personalidade do eterno camisa 10. “Eu convivi com Pelé e por isso, por tudo que ele fez, a simplicidade foi o que mais me emocionou e surpreendeu. O cara que nunca perdeu a calma no tratamento com o público. Ele sempre separou o Pelé do Edson Arantes do Nascimento. Porque Pelé sempre foi sinônimo de perfeição, e esperavam que o Edson Arantes do Nascimento também fosse. Futebol tem nome a partir desse cara. É Pelé”, afirmou.
O que temos a dizer?
São milhares e talvez milhões as homenagens ao eterno Rei do futebol. Tantas são que seria humanamente impossível descrevê-las todas aqui. Absolutamente todos estão lamentando a partida de Edson Arante do Nascimento e também de Pelé, como ele mesmo gostava de expressar, separando o seu “eu normal” da lenda do esporte.
Nós, que fazemos o Revista dos Famosos, também queremos expressar de forma singela a nossa admiração pelo homem, a lenda, o ícone capaz de parar guerras, de salvar vidas, que foi o Rei Pelé. Talvez daqui há muitos anos surja um ídolo esportivo como ele foi, mas até hoje é totalmente vazio afirmar que qualquer outro tenha chegado perto da sua genialidade, da sua capacidade de revolucionar uma prática esportiva. Pelé não ganhou a alcunha de Rei à toa. E, quer saber? A impressão que fica é que chamá-lo de Rei do futebol ainda é pouco, porque ele é o futebol e o futebol é ele. Descanse em paz, Rei Pelé!