Segundo comunicado divulgado pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), as investigações acerca de um possível monopólio da Globo em transmissões de jogos de futebol, serão prorrogadas até 2022.
As investigações estavam paradas há sete meses. Desde abril deste ano o órgão não fazia quaisquer diligências sobre o caso.
O pedido para prorrogação das investigações foi explicado através de uma nota divulgada pelo CADE e assinada por seu diretor-geral, Felipe Neiva Mundim.
“Tendo em vista as especificidades do setor, o volume de informações constantes nos autos, as demais circunstâncias do caso concreto e a necessidade de complementação da instrução realizada, faz-se necessário tempo adicional para que os elementos trazidos aos autos possam ser analisados com a profundidade necessária e esperada”, diz a Nota Técnica.
A superintendência-geral do CADE acatou os argumentos presentes na nota e concedeu a extensão das investigações. “Tendo em vista as circunstâncias do caso concreto apontadas pela Nota Técnica supracitada, decido pela prorrogação do presente inquérito administrativo”, determinou o órgão.
Entenda o caso
Em 2019 o CADE iniciou um inquérito sobre uma suposta desvantagem que o Fortaleza estaria tendo em contratos com a WarnerMedia para transmissões de jogos do brasileirão.
Entretanto, a prática poderia caracterizar monopólio e, por isso, em 2020 o órgão começou uma investigação de fato contra a Globo.
A emissora carioca foi denunciada por clubes brasileiros que alegavam que estavam recebendo menos dinheiro em seus contratos com a Globo depois de fechar acordo com a Warner.
Por sua vez, a emissora afirmou que a situação já havia sido esclarecida por um inquérito feito pelo próprio CADE em 2016. Mesmo assim, o órgão seguiu com as investigações e foi buscar informações sobre contratos de jogos de vôlei.
Contudo, a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), afirmou que não via monopólio porque a Globo sempre cumpriu os contratos envolvendo jogos da modalidade.
Alguns outros clubes de futebol também foram procurados pelo CADE e afirmaram a mesma coisa da CBV.
Em defesa própria, a Globo afirmou que já foi investigada antes sobre o mesmo assunto e nada foi comprovado em seu desfavor.