O veterano repórter Márcio Canuto, que deixou a Globo recentemente, falou ao Link Podcast, produção ligada à Record TV que é apresentada por Celso Zucatelli. Na conversa, Canuto falou sobre a carreira, a chegada à Globo.
O ex-Globo falou também do convite, que aceitou, para ir para a Record. Márcio Canuto foi contratado pela emissora para compor a equipe de transmissão do Campeonato Paulista, ao lado de outros profissionais consagrados como os narradores Marco de Vargas e Silvio Luiz.
Segundo Márcio Canuto, ele já havia decidido se aposentar e não iria aceitar o convite para trabalhar na emissora paulista. “Eu tinha desejado não fazer mais nada. Acontece que Clovis [Rabelo] me ligou e marcou uma reunião com ele e o [Antonio] Guerreiro”, iniciou.
“Eu vim aqui para dizer não. Eu estava acordando a hora que queria e ia dizer não. Cheguei aqui e senti um clima com tanta vibração, de tanta confiança no que eu poderia fazer e nem sei se sou capaz de fazer metade do que eles esperam, mas vou me dedicar para isso. Eu saí daqui completamente mudado. Aconteceu de eu ter saudades do povão, de eu ter a necessidade de preencher a minha vida com outra coisa, outro tipo de sentimento e emoção. Na outra reunião a coisa foi muito mais efervescente e fizemos um contrato de cinco anos”, disse o jornalista.
Márcio Canuto chegou na Globo SP em 1998, para comandar o quadro Fiscal do Povo, do SPTV. Antes, o repórter trabalhou na TV Gazeta, afiliada da Globo em Alagoas, por um total de 30 anos. Em Maceió, o jornalista chegou a ser diretor da afiliada.
“Eu não queria sair de Maceió de jeito nenhum, eu tinha 30 anos de empresa, estava completamente estabilizado. Só na Gazeta eu tinha 30 anos entre rádio, jornal e a televisão. Tinha recusado convite para o Rio de Janeiro, para Recife e tinha minha vida estável lá. Quando surgiu o convite do Amauri [Soares] e a história é a seguinte… A gente foi um dia almoçar com a Leilane Neubarth”, relatou Canuto.
“Eu disse: ‘Leilane, como é que você que era mulher da noite e agora tá fazendo o Bom Dia [Brasil], acordando 5 ou 4 da manhã’. Ela me disse que tinha sido chamada para uma reunião e ficou claro que eu não poderia dizer não. Aliás, ninguém aqui aceita um não, então, era bom pensar nisso. Dois meses depois, me liga o [Carlos Henrique] Schroder me dizendo que eu ia sair de Maceió. Eu projetei a Leilane falando: ‘não diga não’, mas eu não queria sair. Eu disse: ‘a essa altura do campeonato, eu admito todas as possibilidades. Nem sim, nem não”, contou o veterano.
Márcio Canuto contou ainda que o quadro em que trabalhou no SPTV e o tornou conhecido nacionalmente, foi pensado para ele. “Uma semana depois me ligou o Evandro [Carlos de Andrade] que não aceitaria não e dizendo que eu iria me mudar. Foram meses de inquietação. O Amauri me encontrou e me contou que estavam pensando em um jornal para mudar a linguagem de televisão brasileira e eu perguntei: ‘e eu com isso?’. Ele me contou que tinha o quadro que se chamava Fiscal do Povo. Eles criaram esse quadro pra mim. Eu tinha 53 anos e 30 de empresa, era diretor e o cargo mais alto em Maceió. Eu troquei para ser repórter de buraco, córrego, lixo na rua e essa é a história”, comentou.